Na primeira casa que moramos aqui no interior de Brumadinho, passava um córrego no quintal, onde íamos diariamente ver suas águas sobre as pedras. Também ali pescávamos traíras e bagres. Num sítio logo acima, havia uma lagoa grande com criação de tilápias e, num determinado dia, decidiram limpar a lagoa esvaziando suas águas por uma canal aberto que dava no córrego. Junto com as águas, desceu muita lama que acabou assoreando boa parte do córrego. Encontramos muitos peixes mortes e outros que capturamos antes de morrerem por falta de oxigênio (os devolvemos em local mais seguro) e, também, para a nossa surpresa, alguns moluscos! Não sabíamos que existiam esses moluscos em águas doces! Coletamos alguns já mortos e reproduzimos em cerâmica. Queimamos estas cerâmicas num forno à lenha de alta temperatura, anagama, como forma de oração ao córrego. Alguns dias depois, veio a enchente da goiaba, chuva de São José, que não acontecia há quatro anos e lavou o córrego e toda lama ali depositada. Ficamos com os moluscos que hoje podem contar outras histórias, por outras águas, outros caminhos.
Molusco Água Doce - Metade G
Cerâmica queimada em alta temperatura, forno à gás.
Peso e cores variadas.
Dimensão aproximada: 120x65x25mm